Trumpex emite comunicado para minimizar polêmica de assédio sexual interna
Tumpex emite nota sobre caso de assédio sexual em Manaus
Manaus, 17 de novembro de 2023 – Após a divulgação do maior crime de assédio sexual já registrado na classe trabalhadora em Manaus, a empresa Tumpex se pronunciou oficialmente nesta sexta-feira (17) em relação ao escândalo que chocou a cidade.
A Tumpex, responsável pela coleta de lixo na região, foi alvo de graves denúncias de mulheres e adolescentes que foram vítimas de abusos sexuais cometidos pelo gerente Carlos Seiss.
Em comunicado, a empresa afirmou que não compactua com práticas ilegais e valoriza de forma irrestrita os princípios de dignidade, bem-estar e respeito a todas as mulheres que trabalham e colaboram com a Tumpex.
“A empresa realizou uma investigação interna dos fatos e tomou a decisão de demitir o empregado envolvido no episódio por justa causa”, dizia trecho da nota.
No entanto, chama a atenção o fato de que a demissão só ocorreu após a divulgação do crime pelo CM7 Brasil e sua repercussão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Até então, a diretoria não havia tomado nenhuma medida, apesar de alegar que estava investigando os abusos sexuais na empresa.
Além disso, a posição da Tumpex levanta questionamentos sobre quais medidas teriam sido adotadas caso as vítimas não tivessem denunciado o crime e o caso não tivesse sido divulgado pela imprensa. A empresa sequer havia demitido o assediador, deixando as trabalhadoras receosas quanto à perda de seus empregos.
Ainda em nota, a Tumpex repudiou a divulgação das imagens do ocorrido, classificando-a como uma violação da intimidade das colaboradoras. A empresa afirmou que buscará medidas judiciais para reparação do dano moral sofrido.
Entretanto, vale ressaltar que é questionável a empresa se declarar vítima de dano moral. Na realidade, foram as funcionárias que tiveram sua honra, imagem e integridade violadas dentro das próprias instalações da Tumpex, que se mostrou conivente com um crime repugnante. A tentativa de intimidar a imprensa com ameaças de processos não apagará os danos traumáticos sofridos pelas funcionárias, tampouco mudará a imagem de uma empresa que compactua com atos criminosos.
Fica a pergunta: será que as mulheres expostas realmente aprovam essa atitude?
Assista ao vídeo abaixo para mais detalhes sobre o caso: