Inpe aponta pico de fumaça em Manaus na segunda-feira (6), após um período encoberto desde agosto
Manaus enfrenta grave crise ambiental com pico de fumaça e poluição
Manaus, capital do Amazonas, enfrenta uma grave crise ambiental desde o mês de agosto, quando a cidade começou a ser encoberta por uma intensa fumaça causada por queimadas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na última segunda-feira (6), houve um registro alarmante de poluição, com o sensor incapaz de distinguir fumaça de nuvens.
A seca severa que atingiu todo o estado do Amazonas e as numerosas queimadas no estado vizinho, Pará, são apontadas como as principais causas do fenômeno. O Inpe utiliza um fotômetro solar para avaliar a quantidade de fumaça na região, e qualquer número acima de 0.5 indica a presença de fumaça.
As imagens de satélite fornecidas pelo Inpe mostram que, ao longo de três meses, a fumaça foi se intensificando, passando de tonalidades amarelas para vermelhas. No último sábado (4), a fumaça estava tão densa que prejudicava a visibilidade, semelhante a uma neblina persistente.
Na segunda-feira (6), ocorreu o pico mais alto de poluição registrado até o momento, com o fotômetro atingindo o valor altíssimo de 5.0. A pesquisadora do Inpe, Karla Maria Longo, afirmou que a fumaça é tão densa que é capaz de escurecer toda a cidade.
A situação é considerada grave e nunca vista pela pesquisadora, que trabalha no Inpe há mais de 19 anos. Durante a estação úmida, a espessura ótica sem a presença de nuvens costuma ser de 0.2/0.3, tornando a situação atual extremamente preocupante.
Desde agosto, a fumaça vem impactando Manaus, que teve seus principais pontos turísticos como o Teatro Amazonas e a Ponte Rio Negro encobertos pelo fenômeno. A situação piorou em outubro, quando a fumaça persistiu por três dias, elevando a cidade à condição de uma das piores em qualidade do ar no mundo.
A pesquisadora ressalta que a fumaça não é apenas uma neblina, mas sim uma poluição séria que afeta a saúde e o bem-estar da população. Medidas urgentes precisam ser tomadas para conter o avanço desse fenômeno e proteger a população de Manaus.
