Esquema internacional de tráfico enviava drogas de Manaus para Europa e África em estátuas de santos e revistas; Dois foram presos

Segundo polícia, drogas eram diluídas e plastificadas antes de serem enviadas para fora do país. Dois homens de nacionalidade africana suspeitos de integrarem quadrilha foram presos.

Dois homens de nacionalidade africana foram presos por suspeita de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, em Manaus. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), eles diluíam a droga em uma solução líquida e colocavam em lâminas plásticas dentro de revistas de moda e em estátuas de santos. As drogas eram enviadas para países da Europa e da África.

Segundo a polícia, os suspeitos conseguiam a droga a partir de carros roubados que eram vendidos ou trocados pelas substâncias em Letícia, na Colômbia.

A prisão aconteceu em dois pontos residenciais diferentes na Zona Centro-Sul da capital nesta terça-feira (23). Um carro de luxo e pacotes de cocaína líquida foram apreendidos com a dupla, além de outros objetos que faziam parte do laboratório de droga, como furadeiras, balanças e alicates.

Os suspeitos são um nigeriano, de 42 anos, e um sul-africano, de 49. Eles são apontados como integrantes da quadrilha que comanda a rede intercontinental de tráfico de drogas.

De acordo com o secretário de segurança do Amazonas, Louismar Bonates, o esquema chama a atenção por não ser algo comum na região.

“Na nossa região sempre temos casos de tráfico, mas esse crime é um caso específico e muito bem elaborado, incomum. Mas nós conseguimos desarticular o esquema”, disse.

Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfv), o refino da droga líquida era feito através de solventes e, depois, acondicionadas em revistas e em imagens sacras, antes de serem enviadas para fora do país.

“Eles dissolviam, depois encadernavam a droga em revista, plastificavam e enviavam para países como a Espanha e a Holanda. Os próprios traficantes eram quem faziam”, explicou.

Os dois homens já tinham passagem pela polícia por roubo e por tráfico de drogas. Após os procedimentos, eles devem ser enviados para seus países de origem.