Falta de câmaras frigoríficas e peritos no IML e Instituto de Criminalística do AM é apontada pelo MP
MPAM identifica problemas estruturais graves em prédios do IML e IC do Amazonas
Uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) revelou uma série de problemas nos prédios do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) do estado. A falta de câmaras frigoríficas para armazenar os corpos, a escassez de peritos e as condições precárias dos prédios estão entre as questões levantadas.
A situação chamou a atenção da Rede Amazônica, que buscou um posicionamento da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) a respeito dos problemas apresentados pelo MP. Aguarda-se uma resposta oficial.
A visita dos promotores Iranilson Ribeiro e Márcio Mallo aos dois órgãos revelou a falta de equipamentos essenciais, o que pode comprometer o trabalho de investigação conduzido pelas forças de segurança do estado.
“No IML, constatamos a carência de peritos, a insuficiência de câmaras frigoríficas e a ausência de juntada dos laudos de prisão em flagrante antes da audiência de custódia. Essa situação impede uma adequada avaliação de possíveis agressões sofridas pelos presos”, afirmou o promotor Iranilson Ribeiro.
Já no Instituto de Criminalística, a situação se mostra igualmente grave ou, até mesmo, pior. De acordo com Iranilson, o prédio não atende minimamente às necessidades dos profissionais que atuam no local.
“Há falta de equipamentos e aplicativos para a realização das perícias, o que impossibilita o andamento das investigações de homicídios e outros crimes graves. Os peritos devolvem as requisições da Delegacia de Homicídios sem realizar as perícias, resultando na não conclusão de centenas de inquéritos sobre assassinatos”, explicou.
“Esse é apenas um exemplo de como a falta de uma perícia técnica adequada impede que a Polícia Civil conclua suas investigações, deixando-as paradas na DEHS. Sem mencionar as investigações relacionadas ao tráfico de drogas e a organizações criminosas”, acrescentou.
O promotor revelou que o MP já ingressou com uma Ação Civil Pública para que o Estado garanta investigações eficientes. No entanto, a administração estadual contestou alegando que o órgão ministerial e até mesmo a justiça não têm legitimidade para interferir na política pública de segurança.
“Aguardamos a decisão do Tribunal de Justiça sobre a possibilidade de o Instituto de Criminalística permanecer nessas condições precárias, até que o Estado resolva demonstrar boa vontade em garantir investigações eficientes. Atualmente, a situação deixa a desejar. Enquanto isso, as investigações de homicídios são prejudicadas, especialmente pelas condições precárias dos prédios e pela falta de equipamentos e softwares de investigação”, concluiu.