“Queima de Arquivo Parte 2”: Assassinato do Sargento Elizeu da Paz Levanta Mistério Ligado ao Caso Flávio
Mundo – Na madrugada de terça-feira, 5 de novembro, o sargento da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Elizeu da Paz de Souza, de 44 anos, faleceu no Hospital João Lúcio. O policial foi alvejado na cabeça enquanto estava em um carro de aplicativo. As investigações preliminares apontam que o disparo teria sido efetuado por Mayk Parede, seu amigo e também sargento da PMAM, que está implicado no Caso Flávio – um enigmático homicídio de 2019 que vitimou o engenheiro Flávio Rodrigues em um condomínio de luxo em Manaus. O caso também envolveu figuras públicas conhecidas e continua a gerar especulações sobre suas implicações.
O episódio, à primeira vista mais um crime violento na capital amazonense, ganha contornos mais obscuros com indícios de uma possível “queima de arquivo”. A relação próxima e a suspeita de que Elizeu e Mayk compartilhavam a mesma residência, aliados ao julgamento iminente envolvendo ambos em 2025, alimentam suspeitas de que Mayk poderia ter assassinado Elizeu para evitar revelações acerca do Caso Flávio Rodrigues.
Nos bastidores do crime, Mayk Vinícius Teixeira Parede tornou-se uma figura central em 2019 após admitir a responsabilidade pela morte do engenheiro. No entanto, Edinelma dos Santos Pontes, parente de Mayk, testemunhou no dia 14 de outubro de 2019 ao Ministério Público do Amazonas (MPAM), apresentando uma versão diferente: segundo ela, Mayk alegava sua inocência e estaria “assumindo um peso grande que teria repercussões na mídia”. Ela afirmou ainda que Mayk orientou familiares a deixarem o estado e contou que ele só compartilhava sua alegada inocência com indivíduos próximos, pedindo que sua versão não fosse tornada pública.
O depoimento de Edinelma ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) sugere que Mayk foi pressionado a confessar o crime em troca de supostos benefícios financeiros. Documentos indicam que ele teria enviado mensagens aos filhos, solicitando que desconsiderassem as narrativas divulgadas pela mídia, e reafirmando sua inocência. A íntegra do depoimento pode ser vista clicando aqui:
A morte de Elizeu, ocorrendo poucos meses antes do julgamento que poderia trazer novas revelações sobre o Caso Flávio, levanta dúvidas sobre o verdadeiro executor do ato fatal. Haveria indícios de que Mayk atuou para evitar que Elizeu expusesse informações comprometedoras de outros envolvidos. Esse fato coloca em risco a manutenção de um acordo financeiro supostamente firmado por Mayk, que poderia ser crucial para o sustento de familiares.
Especula-se que Mayk persistia em sustentar a narrativa de ser o algoz de Flávio para continuar exigindo valores da ex-primeira dama Elizabeth Valeiko. A teoria de “queima de arquivo” é considerada, visto que Elizeu poderia deter informações cruciais sobre o Caso Flávio e possivelmente estivesse disposto a torná-las públicas.
Além disso, há rumores de que Mayk poderia estar extorquindo para receber quantias e seguir como o alegado algoz do engenheiro, possivelmente eliminando Elizeu, que seria uma testemunha chave no desenrolar do caso, eliminando uma “brecha” na cadeia de segredos deste crime.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) da Polícia Civil do Amazonas lidera as investigações sobre o assassinato de Elizeu, examinando atentamente os relatos de Edinelma e a relação entre os principais envolvidos no Caso Flávio. A polícia deverá esclarecer se Elizeu possuía, de fato, informações perigosas e qual teria sido a motivação concreta para um crime tão impactante e enigmático.
O falecimento de Elizeu da Paz reacende o interesse num caso que, mesmo após meia década, permanece sem respostas conclusivas.