Manaus

Presidente da Manauscult, Osvaldo Cardoso já acumula várias polêmicas em cinco meses de gestão; confira

Manaus/AM– O diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Osvaldo Cardoso Neto, está envolvido em polêmicas desde o início das tratativas e anúncio do evento ‘Sou Manaus Passo a Paço 2023’. Cardoso está no cargo há quase cinco meses e já acumula insatisfações diante do público de artistas locais e parte da população manauara.

Assim que assumiu a cadeira, no dia 10 de abril deste ano, o diretor-presidente afirmou em entrevistas que iria tratar os segmentos da cultura sem distinção e que valorizaria todas as frentes artísticas. Porém, apenas na divulgação do ‘Sou Manaus’ é possível ver a diferença na valorização e divulgação dos artistas locais se comparado com os nacionais e a ausência de artistas que representam a diversidade cultural presente na região.

O evento deste ano, conforme a Manauscult, custou R$ 28 milhões. Sendo que, segundo informações repassadas à imprensa durante uma coletiva realizada no final de agosto, R$ 22 milhões foram bancados por 23 patrocinadores e apenas R$ 6 milhões pela gestão municipal.

Segundo Osvaldo, o valor patrocinado não será divulgado, uma vez que o contrato é direto desses patrocinadores com os artistas, para que futuramente não existam problemas de prestação de contas com o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM).

Um dos exemplos de desvalorização de artistas locais é o que aconteceu com a cantora indígena Djuena Tikuna, que foi anunciada pela Manauscult como uma das atrações locais do Sou Manaus, mas dois dias antes do evento publicou uma nota de esclarecimento, por meio de suas redes sociais, afirmando que o seu show estava cancelado.

No texto, a artista afirmou que foi convidada no dia 20 de julho por Osvaldo durante uma live realizada por ele, mas que após isso semanas se passaram e não houve mais contato. Djuena disse que no dia 4 de agosto, ela resolveu enviar uma proposta formal em relação a sua apresentação, mas não obteve resposta e somente no dia 24 do mesmo mês, a assessoria da Manauscult respondeu, por meio de email, alegando que a indígena não teria sido convidada para uma apresentação musical, mas apenas para uma ‘roda de conversa’.

Anda na justificativa, a pasta comandada por Cardoso afirmou à artista que ao fazer isso estaria adotando uma postura de economicidade, o que para Djuena era contraditório, uma vez que a propaganda do evento estava até na ‘Times Square’, em Nova Iorque, além de contar uma atração internacional.

Tikuna criticou veemente o festival, pontuando que o evento usou de forma politiqueira a pauta da cultura indígena. “Aos responsáveis eu afirmo que o seu festival não é diverso e tampouco é democrático. Respeitem os artistas indígenas. Suas alegorias não nos representam. Eu não sou a cara do seu festival @manauscult e não aceito ser massa de manobra para ficarem bem na foto com os seus patrocinadores. Respeitem a música indígena”, finalizou a artista por meio da nota.

Na mesma publicação, outros artistas locais prestam solidariedade à Djuena e relataram que também chegaram a enviar propostas para exposições regionais, danças regionais, mas foram ignorados pela Manauscult.