Fumaça que encobre Manaus desde agosto: de onde vem?
Crise ambiental em Manaus: fumaça das queimadas encobre a cidade por meses
Manaus, a capital do Amazonas, tem vivido uma grave crise ambiental nos últimos meses devido às queimadas e à seca histórica que afetam a região. A fumaça proveniente dos incêndios tem coberto a cidade com uma nuvem cinzenta, resultando em péssimos índices de qualidade do ar.
Desde agosto, os moradores têm enfrentado dias de visibilidade reduzida, ar irrespirável e uma atmosfera cinzenta que parece não ter fim. Na primeira quinzena de outubro, Manaus chegou a registrar três dias consecutivos de intensa fumaça, colocando a cidade entre as piores do mundo em termos de qualidade do ar. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas no estado do Amazonas é o maior dos últimos 25 anos, com quase 4 mil focos de calor.
Para tentar combater essa crise, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) enviou 290 brigadistas do Prevfogo para reforçar as ações de combate às queimadas na região. No entanto, os esforços até agora não têm sido suficientes para impedir que a fumaça continue a encobrir a capital amazonense.
Mas de onde vem essa fumaça que não dá trégua a Manaus? Segundo órgãos que monitoram a crise ambiental, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a fumaça é proveniente dos focos de calor e queimadas registrados tanto na própria capital quanto em outras cidades da Região Metropolitana de Manaus. Além disso, a Sema também aponta o Estado do Pará como uma das principais origens da fumaça, com quase 4 mil focos de queimada registrados lá.
Ainda não se sabe exatamente por que a fumaça persiste na região, mesmo com a atuação dos brigadistas e dos esforços do governo. O Ibama, responsável por combater as queimadas, ainda não respondeu ao questionamento sobre os motivos pelos quais os focos continuam em Manaus.
Segundo especialistas do Ibama, a fumaça é transportada de um lugar para outro por massas de ar. Isso significa que ela não se dissipa rapidamente, afetando negativamente a visibilidade e a qualidade do ar na cidade. Com as chuvas abaixo da média para o período, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente alerta que a fumaça pode continuar a interferir na qualidade do ar nos próximos dias, já que as partículas têm dificuldade de se dispersar nessas condições.
Diante dessa crise ambiental sem precedentes, é urgente que medidas mais eficazes sejam tomadas para controlar as queimadas e proteger a população de Manaus. É necessário um esforço conjunto entre as autoridades locais e o governo federal para enfrentar essa situação e garantir um futuro mais saudável para a cidade e sua população.
