Abin demite três funcionários investigados pela PF

Escândalo na Abin: ex-secretário é exonerado após investigação de grampos ilegais

Na terça-feira, 24 de agosto, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se viu envolvida em um escândalo após uma investigação da Polícia Federal revelar o envolvimento do secretário de Planejamento e Gestão, Paulo Maurício Fortunato, em grampos ilegais. Como resultado, Fortunato foi exonerado de seu cargo, juntamente com outros dois diretores da Agência.

A investigação da Polícia Federal está relacionada aos casos de grampos ilegais e monitoramento indevido de jornalistas, advogados, políticos e até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os resultados alarmantes revelaram que entre os anos de 2018 e 2020 ocorreram cerca de 30 mil monitoramentos, porém apenas 1.800 foram identificados até o momento.

Uma das questões mais preocupantes é o fato de a Abin utilizar a tecnologia israelense FirstMile para espionar ministros do STF e possíveis adversários do governo de Jair Bolsonaro, sem autorização legal. Essa prática sem respaldo jurídico acendeu o alerta sobre a proteção dos direitos individuais e da privacidade.

Com a exoneração dos envolvidos, eles retornarão aos seus cargos de carreira, porém estarão impedidos de exercerem cargos de chefia e serão alvos de processos administrativos. A medida é vista como uma tentativa de corrigir as irregularidades e garantir que práticas ilegais não voltem a ocorrer dentro da Agência Brasileira de Inteligência.

A Polícia Federal também descobriu que os dados referentes aos monitoramentos ilegais foram apagados, numa clara tentativa de atrasar a investigação. Esse fato apenas reforça a gravidade do caso e a necessidade de se apurar todas as responsabilidades envolvidas.

É importante ressaltar o impacto que a utilização de tecnologias de espionagem sem autorização legal pode causar na sociedade. A privacidade dos cidadãos é um direito fundamental e deve ser respeitada em todas as esferas, inclusive na atuação dos órgãos de inteligência do país.

Resta agora aguardar as próximas etapas da investigação para se conhecerem todos os desdobramentos desse escândalo que abalou a Abin e colocou em xeque a conduta ética e legal da Agência Brasileira de Inteligência. A transparência e a responsabilização dos envolvidos são fundamentais para a restauração da confiança da população nas instituições.

Fonte: https://www.diariodacapital.com/materias/abin-exonera-tres-servidores-investigados-pela-policia-federal