Haddad pede contribuição mais justa dos super-ricos do mundo
O Ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, defendeu na última quinta-feira (29) em São Paulo, em encontro do G20, que os super-ricos globais contribuam de maneira mais equitativa e proporcional às suas fortunas. Além disso, destacou a necessidade de cooperação global para o estabelecimento de uma tributação internacional progressiva.
Segundo apresentou Haddad, o EU Tax Observatory relata que os bilionários globais pagam praticamente pouca ou nenhuma taxa de imposto sobre suas fortunas, com a alíquota efetiva girando entre 0 e 0.5%. O ministro esclareceu compreender as divergentes visões dos países integrantes do fórum acerca do tema, mas fez um apelo para que o coletivo aja a fim de enfrentar o problema.
“Questiono-me como permitimos que essa situação persista, enquanto ministros da Fazenda. Se agirmos coletivamente, possuímos o potencial para fazer com que esse seleto grupo de indivíduos contribuam de modo justo com nossas sociedades e o desenvolvimento sustentável global”, enfatizou Haddad.
Fazendo menção à vivência brasileira na questão, o ministro ressaltou que a reforma tributária no país foi bem recebida e estimulou que cada país tem muito a contribuir individualmente. Contudo, destacou que “soluções efetivas para a contribuição justa dos super-ricos na tributação dependem do esforço conjunto dos países”.
Durante seu discurso, Haddad convocou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e as Nações Unidas a unirem esforços técnicos, políticos e de legitimidade para “prosseguir avançando na cooperação tributária internacional e minimizando as chances para que alguns bilionários tirem vantagem de falhas em nosso sistema para sonegar uma contribuição justa”.
No âmbito do Grupo de Trabalho Tributação Internacional do G20, essa problemática é constantemente debatida, com foco na melhoria da eficiência dos sistemas tributários para a diminuição das desigualdades. Importante ressaltar que, oficialmente, a Agenda de Tributação Internacional não é considerada um grupo de trabalho. As propostas e discussões construídas entre os países membros são debatidas e resolvidas diretamente pelos representantes governamentais em encontros de alto escalão, assim como o que ocorre durante a reunião ministerial de Finanças do G20.
Com base em informações do G20 Brasil.