Começa a faltar oxigênio na cidade de SP para tratar pacientes com Covid-19
São Paulo — Pela primeira vez desde o início da pandemia, a prefeitura de São Paulo registrou falta de oxigênio em uma unidade de Saúde. Dez pacientes que recebiam atendimento na UPA Ermelino Matarazzo, na Zona Leste da capital paulista, tiveram que ser transferidos na noite de sexta-feira. Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, o problema ocorreu devido à falta de fornecimento pela empresa White Martins, principal produtora do insumo no país. A empresa nega que tenha havido problema no abastecimento de oxigênio.
As UPAs prestam o primeiro atendimento a pacientes com sintomas de Covid-19. Como a alta ocupação nos leitos de UTIs dos hospitais, muitas UPAs têm servido para internar pacientes que precisam de intubação, como ocorreu na unidade da Zona Leste. Em nota, a White Martins informou que tem alertado sobre “os riscos envolvidos na transformação de unidades de pronto atendimento em unidades de internação para pacientes com Covid-19 sem um planejamento adequado”.
De acordo com a empresa, em geral, unidades de saúde como as UPAs não possuem redes internas de distribuição de oxigênio com a dimensão adequada para expansão do consumo, o que agrava “a condição de fornecimento de gás para suportar ventiladores, inaladores e outras práticas terapêuticas”. Ainda segundo a empresa, “essas condições interferem na pressão necessária para alimentar os ventiladores utilizados em pacientes críticos, o que leva à percepção equivocada de que há falta de gás”.