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Viaturas da Polícia Militar têm pneus furados durante bloco de carnaval, em João Pessoa

Pelo menos seis veículos foram danificados antes do desfile do bloco Muriçocas do Miramar. Suspeita é que tenham sido policiais que participavam de uma paralisação de 12h.

Pelo menos seis viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tiveram os pneus furados na noite desta quarta-feira (19), antes do desfile do bloco Muriçocas do Miramar, em João Pessoa. Ainda não há uma confirmação de quem teria danificado os veículos, mas a suspeita é que tenham sido policiais que participavam de uma paralisação de 12h. Um PM contou que cerca de vinte policiais encapuzados o abordaram e furaram os pneus.

A paralisação foi encerrada ainda por volta das 23h da quarta-feira, de acordo com Steferson Nogueira, presidente da Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraiba (Adepdel), uma das representações do Fórum.

Cerca de 300 policiais não puderam trabalhar na segurança do bloco das “Muriçocas”, que teve como principal atração o cantor Alceu Valença. Conforme a assessoria da PM informou à TV Cabo Branco, mais de 500 policiais teriam participado do esquema de segurança, quando a previsão era de mais de 800. Durante a mobilização dos policiais, o pneu do trio que seria puxado por Alceu Valença também foi danificado, mas não impediu que o bloco acontecesse.

Cinquenta policiais que estavam dentro de um ônibus para fazer o policiamento no bloco foram impedidos de descer. O veículo foi cercado pelos manifestantes. Além disso, os pneus dos ônibus e das viaturas que estavam próximas foram furados. Pouco tempo depois os policiais militares saíram do ônibus e foram levados para o Clube Cabo Branco, onde estava concentrado o outro grupo de PMs.

G1 aguarda um posicionamento das assessoria das Polícias Militar e Civil sobre o efetivo nesta quinta-feira (20).

Os policiais militares, civis e bombeiros da Paraíba paralisaram as atividades em todo o estado nesta quarta-feira. De acordo com o Fórum das Entidades das Polícias Civil, Militar e Bombeiros, a paralisação começou por volta de 12h.

Apesar do efetivo reduzido, não houve nenhuma ocorrência vinda do bloco Muriçocas do Miramar registrada no Hospital de Emergência e Truama de João Pessoa e na Central de Polícia Civil.

Conforme nota publicada pelo fórum na terça-feira (18), não houve um acordo entre os servidores e o Estado acerca da incorporação da bolsa desempenho e do reajuste da categoria. A entidade alega que o Governo da Paraíba tem adiado dar uma resposta sobre o assunto. A Secretaria de Segurança e da Defesa Social da Paraíba informou na quarta que não foi comunicada sobre a decisão do fórum e que a pasta continua articulada com a equipe econômica do Governo a fim de dar prosseguimento ao diálogo com as entidades.

A mobilização começou no início da tarde quando um grupo com representantes da segurança pública seguiu até a frente da residência oficial do governador da Paraíba. Eles reivindicam reajuste de salário e melhores condições de trabalho. De acordo com a organização do movimento, a categoria está há dez meses tentando negociar com o governo. Como não conseguiram, decidiram fazer uma paralisação de 12 horas.

A categoria explica que o Governo da Paraíba apresentou uma proposta de incorporar 30% na bolsa desempenho em 60 meses, além de 5% de reajuste, em outubro, para os ativos e na bolsa desempenho. O fórum recusou a proposta, reivindicando incorporação de 100% na bolsa, em 36 meses, e um reajuste de 24% pelos próximos dois anos.

Por fim, o desembargador marcou uma audiência de conciliação entre as forças de seguranças e o Governo da Paraíba. A reunião deve acontecer no dia 26 de fevereiro, às 9h, na sede do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).