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Na disputa por vaga no segundo turno, vale-tudo eleitoral faz David copiar propostas de Nicolau

Não é só por uma vaga no segundo turno que disputam os candidatos a prefeito de Manaus, Ricardo Nicolau (PSD) e David Almeida (Avante). Candidato da Coligação Pra Voltar a Acreditar, Nicolau tem se notabilizado por apresentar seu Plano de Gestão em debates e entrevistas que tem participado. O problema é que logo depois David trata de apresentar as mesmas propostas.

Ainda na pré-campanha, Nicolau apresentou o projeto do Hospital Municipal para Cirurgias Eletivas. Em seguida, David divulgou a mesma ideia. Outra iniciativa de Nicolau bastante elogiada nas redes sociais foi a criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública, bandeira que depois também passou a ser levantada por David.

A última é a Secretaria Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência. A diferença está no orçamento: Nicolau planeja destinar R$ 50 milhões para o setor, enquanto David ironiza que R$ 10 milhões seria suficiente. “No Estado funciona muito bem com R$ 9 milhões”, diz o ex-interino, ignorando o fato de que o órgão foi extinto pelo governador.

Nicolau explica que, ouvindo as pessoas que atuam na área, principalmente as lideranças de grupos de Pessoas com Deficiência, percebeu que a Secretaria do Estado não funcionava bem e que o pouco orçamento acaba deixando algumas secretarias apenas como cabide de emprego. A ideia dele, ao destinar o valor de R$ 50 milhões, é dar autonomia para que projetos sejam desenvolvidos pela nova secretaria.

Gestor experiente, Nicolau já foi presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, é diretor do Grupo Samel, um dos principais da Saúde no Norte do Brasil, e foi o gestor do Hospital de Campanha Gilberto Novaes, que salvou centenas de vida no auge da pandemia em Manaus.

“Administrar é eleger prioridades. O que não dá é para a prefeitura gastar como gastou ano passado: R$ 131 milhões em propaganda. Não é possível achar que R$ 50 milhões são suficientes. Eu acho até pouco porque estamos falando de em torno 20% da população de Manaus. Dizer que consegue resolver só com R$ 10 milhões é não conhecer a administração pública e a realidade das pessoas com deficiência”, aponta.