“Japa do PCC” acumulou R$ 35 milhões e levava vida luxuosa após falecimento do marido
No Brasil, um caso de suposta lavagem de dinheiro vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) chamou a atenção após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontar Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa, viúva do antigo líder do PCC Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, como pivô de um esquema milionário. Após o falecimento de seu esposo em 2018, Japa do PCC teria movimentado nada menos que R$ 35 milhões, despertando suspeitas de que teria herdado um vasto patrimônio oculto do marido, além de liderar atividades de lavagem de dinheiro em diversas cidades do litoral paulista e na metrópole de São Paulo. A acusada contesta todas as acusações, alegando ser inocente.
A vida de opulência de Japa do PCC veio à tona quando a polícia realizou uma busca em seu luxuoso apartamento no Jardim Anália Franco, onde foram encontrados mais de um milhão em dinheiro e um Audi Q3 em nome de sua tia. A operação também se estendeu a outras propriedades vinculadas a ela, incluindo uma mansão na Riviera de São Lourenço. A investigada defende-se, reivindicando ser uma empresária de sucesso, com viagens frequentes ao exterior, e nega qualquer envolvimento com o crime organizado.
O MPSP, contudo, apresenta um quadro diferente, indicando que, após a morte de Cabelo Duro, Japa do PCC assumiu o controle dos bens do marido e iniciou a empresa KK Participações como uma fachada para encobrir a origem ilícita dos recursos. Esta alegação é reforçada pela movimentação de R$ 35 milhões atribuída a ela e seu irmão, além da suspeita de envolvimento de seu pai no esquema.
Durante o interrogatório, Japa do PCC esforçou-se para dissociação de sua imagem ao crime organizado. Afirmou que seu patrimônio é fruto de sua atuação no setor de estética, negando ter recebido valores de seu marido e justificando a grande quantia em dinheiro não bancarizada por medo de associações criminais. Além disso, explicou a titularidade do Audi Q3 em nome de sua tia como uma medida para evitar multas de trânsito em seu nome.
Este caso sublinha a complexidade dos mecanismos utilizados para lavagem de dinheiro e a intrincada relação entre o crime organizado e a acumulação de riquezas ocultas, desafiando as autoridades a decifrar e desmantelar tais redes ilegais, garantindo assim a justiça.
[Imagem: Japa do PCC]
[Imagem: Propriedades associadas a Japa do PCC]
