Cabeleireira que pintou estátua do STF com batom solicita compaixão após 2 anos detida longe dos filhos; assista ao vídeo

Brasil: Apelo Emocionado de Débora Rodrigues dos Santos no STF
Após mais de dois anos detida em razão dos eventos de 8 de janeiro de 2023, Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira, fez um apelo comovente durante sua audiência de instrução. Em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (26), Débora alegou que seu ato “não foi premeditado” e solicitou compaixão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), destacando sua condição de mãe de dois filhos pequenos.
A cabeleireira foi flagrada inscrevendo a frase “Perdeu, Mané” na escultura “A Justiça”, situada em frente à sede do STF, em Brasília. No vídeo, ela explicou que desconhecia o valor histórico e financeiro da obra e foi persuadida por um estranho que iniciou a inscrição e solicitou que ela a completasse. “Estava tirando fotos, pois nunca havia visitado Brasília e achei os prédios muito bonitos. Um indivíduo que nunca vi na vida pediu para eu terminar a frase porque tinha a caligrafia feia. Eu caí nessa fala dele, mas nunca fiz nada de ilícito na minha vida”, relatou.
Débora destacou que não invadiu nenhum prédio público e não antevia que os atos alcançariam uma proporção tão conturbada. Durante seu depoimento, ela ressaltou o sofrimento causado pela separação de seus filhos e pediu compaixão. “Eu nunca me afastei dos meus filhos, e essa separação tem feito eles sofrerem demais. Peço de todo coração que se compadeçam de mim”, declarou emocionada.
Julgamento no STF
O julgamento da cabeleireira prossegue no STF. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou por sua condenação a 14 anos de prisão por cinco crimes. O ministro Flávio Dino concordou com o voto, mas o julgamento foi interrompido após um pedido de vista do ministro Luiz Fux, que possui 90 dias para devolver o processo. Fux deu a entender que planeja revisar a pena, que considera elevada.
O caso de Débora tem sido amplamente debatido e usado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplo na discussão sobre a proporcionalidade das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Enquanto a defesa da cabeleireira afirma que ela foi levada pelas circunstâncias e não premeditou suas ações, o STF destaca que sua participação foi consciente e envolveu outros elementos além da depredação da escultura.