Denunciado pelo deputado Fausto Jr Porto de Itacoatiara que custou R$ 68 milhões só recebe barco pequeno
Manaus – Desde que foi inaugurado, em junho do ano passado, o porto da cidade de Itacoatiara, no interior do Amazonas, recebe apenas pequenos barcos de passageiros. Projetado para atracação de navios e balsas e receber cinco mil contêineres, o porto está subutilizado há 15 meses, recebendo apenas embarcações de pequeno porte.
A subutilização do porto foi denunciada nesta quarta-feira (18) pelo deputado estadual Fausto Jr, que disse que esteve em Itacoatiara conversando com moradores e empresários, que relataram o problema.
De acordo com o deputado, o porto é administrado pelo governo Federal, mediante o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). O problema, segundo Fausto, é que o porto não tem licença alfandegária, ou seja, não pode cobrar taxas de recebimento e embarque de mercadorias, o que impede a circulação de cargas.
“É um verdadeiro elefante branco que custou R$ 68 milhões e até agora não recebeu ou embarcou nenhum contêiner”, reclamou Fausto Jr.
Construído à margem do rio Amazonas, numa localização estratégica para abastecer as empresas de Manaus e facilitar o escoamento da produção industrial, o porto de Itacoatiara possui amplo estacionamento para caminhões, área para balsas e um complexo frigorífico para atender o setor pesqueiro.
“Mesmo com toda essa estrutura, o porto funciona apenas como área de passageiros. Jamais foi usado para sua atividade fim”, cobrou o deputado.
Na tentativa de resolver o problema, o parlamentar terá uma reunião amanhã (quinta-feira – 20) com os diretores do Dnit, em Manaus. Fausto Jr. vai sugerir que o porto de Itacoatiara seja administrado pelo governo do Amazonas, como já é feito com os portos da capital.
“Seria uma estratégia para resolver o problema alfandegário e, dessa forma, utilizar 100% da capacidade de embarque e desembarque de cargas”, propõe o deputado.
Outra saída seria a concessão do porto à iniciativa privada. “Tenho certeza que várias empresas têm interesse na administração do porto. Seria uma alternativa para movimentar a economia do interior”, finalizou Fausto.