TBT: Wilker Barreto já foi descoberto em inquérito da PC-AM como dono de linha telefônica responsável por disparar fake news
Para quem não se recorda o AM POST vai lembrar neste TBT que em 2020 o deputado estadual Wilker Barreto foi denunciado na Tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pelas deputadas Joana Darc e Alessandra Campello, durante sessão do dia 9 de dezembro daquele ano, que escancararam conteúdo de um inquérito policial que apurou e encontrou uma linha telefônica responsável por disseminação de Fake News contra parlamentares que estava cadastrada no CPF do deputado da oposição.
Atualmente, Wilker tem falado bastante sobre noticias falsas na tribuna da Aleam e apontando uma suposta “rede de fake news” que seria orquestrada por portais de notícias e blogs locais contra agentes políticos do Estado. Inclusive, ele apresentou um projeto de lei que vista combater a indústria das notícias falsas.
“Estou apresentando um projeto de lei que vai enfrentar a indústria das fakes News”, disse ele na última terça-feira (4) na Aleam.
Teto de vidro
A deputada Alessandra Campelo, que fez o pedido a Polícia Civil para realizar inquérito, mostrou, naquela sessão, prints na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) de fake news espalhadas pelo número em questão em grupos de WhatsApp contra deputados da base do Governo do Amazonas afirmando que eles seriam recebedores de propinas e quem era o dono da linha, conforme investigação da Polícia Civil.
“Isso tudo faz parte parte de um inquérito policial onde eu fui atacada, um grupo de whatsapp, se reuniu e nesse grupo planejaram. Há áudios onde se diz assim: ‘vamos criar fake news e criar perfis falsos para atacar esses deputados e essas deputadas’. A partir disso eu pedi uma investigação policial já que eu estava sendo tão atacada e ofendida“, começou.
“Enfim, ocorre colegas que essa linha telefônica, que faz ofensas a todos os colegas e dizendo que receberam propina, é do nosso colega senhor Maurício Wilker de Azevedo Barreto, que foi notificado. […] Então o deputado Wilker Barreto usa sua linha telefônica para dizer que os deputados receberam propina“, disse ela.
“Me processe“, retrucou Barreto de seu lugar. “Não eu não vou lhe processar não já tem um inquérito policial deputado. Não se preocupe não“, rebateu Campello.
Assista:
“Detalhe o nome utilizado na linha telefônica é Jully. E de vez em quando ele aparece com o nome Pereco, que é o nome do cachorro do ex-governador Amazonino Mendes. Acho que cabe ao deputado Wilker um pedido de desculpas“, completou.
Inquérito policial nº 096/2020
Em seguida, na mesma sessão de 2020, a deputada Joana Darc também falou do caso em posse do inquérito nº096/2020 da Polícia Civil do Amazonas, que trata de notícias falsas.
“Anotem esse número. Mandem mensagem pra esse número. Verifiquem no sistema esse número. 99116-5464. Número da Vivo. (…) Aqui, novamente o mesmo número, registrado desde 2006 no CPF do deputado Wilker Barreto colocando um card, compartilhando. Mas vou comprovar porque no inquérito tem mensagens originais anexadas nos grupos, colocando em cheque vários colegas do parlamento”, prometeu Joana.
Veja prints de parte do inquérito:
Não negou
Sobre as acusações, Wilker Barreto, na época, não negou ser proprietário da linha responsável pelos disparos de notícias falsas e acusações contra parlamentares em sua fala na tribuna da Casa.
“Se alguém aqui for processado por compartilhar um card vai metade do Amazonas [ser processada]. Na questão dos compartilhamentos, na Justiça eu me resolvo”, disse ele, na época.
Resposta
A reportagem do Portal AM POST procurou as deputadas Alessandra Campelo e Joana Darc para falarem do caso mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.
O AM POST também procurou o deputado Wilker Barreto, por meio de sua assessoria de imprensa, e ele disse em nota que o inquérito fez apenas um ‘levantamento de informações’ e não existe queixa-crime e nem denúncia contra ele. No entanto, também não negou novamente que seja dona da linha telefônica.
Leia nota na íntegra:
Importante deixar claro que inquérito diz respeito ao levantamento de informações. Logo, não há como dizer que o inquérito foi acolhido pela Justiça, sendo assim, também não existe queixa-crime e nem denúncia. A afirmação de ‘estar respondendo por crimes’ caracteriza notícia falsa. O deputado Wilker Barreto (Cidadania) não responde pelos crimes citados.É bom frisar, ainda, que NÃO confere a informação que o deputado Wilker esteve a frente de grupos de WhatsApp propagando fake news. Ademais, citar a deputada Joana Darc é errado, uma vez que ela não faz parte do registro.
No mais, o deputado repudia as constantes fake news propagadas por alguns portais para tentar difamá-lo, envolvendo inclusive sua família. O método é uma tentativa de confundir o cidadão.