Amazonas

Empresa que ganhou contrato bilionário com a Prefeitura era restaurante no interior do AM

Em pouco mais de quatro anos, a empresa de Cyro Batará saiu de um capital de R$ 120 mil para R$ 3 milhões

MANAUS – Vencedora de uma licitação de R$ 1,3 bilhão na Prefeitura de Manaus em 2020, na gestão de Arthur Neto, a empresa Amazon Watt S.A., do empresário Cyro Batará Anunciação, já foi um restaurante de pequeno porte no município de Presidente Figueiredo. Em pouco mais de quatro anos, a empresa de Cyro saiu de um capital de R$ 120 mil para R$ 3 milhões.

A Amazon Watt era, até março de 2018, a CL Restaurante – e foi comprada naquele ano pelo empresário Leandro Gagliardi de Almeida Barreto, braço direito de Cyro Batará. Em dezembro de 2020, sob a gestão de Gagliardi, a empresa ganhou a concorrência 007/2020 – CML/PM para “implantação, operação e manutenção de miniusinas fotovoltaicas para geração de energia distribuída às unidades consumidoras da prefeitura”.

No entanto, o contrato – com vigência de 27 anos – firmado no final da gestão de Arthur Neto (PSDB), não prosperou no primeiro ano da gestão de David Almeida (Avante). A atual gestão chegou a dizer, em fevereiro de 2021, que “por razões de conveniência e oportunidade”, o município não tinha interesse no prosseguimento da contratação da empresa Amazon Watt S.A. Mas o prefeito David Almeida (Avante) mudou de ideia.

Até então, a Sociedade Anônima não revelava o nome de Batará, mas nos primeiros meses deste ano, Cyro Batará se tornou presidente da empresa, coincidentemente, no mesmo período em que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo para contratar empresa para exploração de painéis solares na capital.

Além de proprietário da Amazona Watt, o empresário também é dono do Grupo Diário de Comunicação e possui um contrato de mais de R$ 10 milhões com a CMM para fornecimento de serviços da Rádio Câmara. A CMM é presidida por David Reis (Avante).

A reportagem enviou questionamentos sobre o histórico curioso da empresa a Cyro Batará, mas até o momento da publicação da matéria, não obteve resposta; o espaço segue aberto para esclarecimentos.