Documentos comprovam que o Governo de Wilson Lima proibiu distribuição de EPI’S, medicamentos para os hospitais e até doações.

Um documento ao qual o Radar teve acesso, com exclusividade, mostra que o próprio governador é quem deu a ordem para que “todos os recursos materiais, insumos e demais produtos voltados ao combate ao Coronavírus, inclusive oriundos de doações (essa parte está grifada e ainda em negrito no documento)”, antes de irem parar nas mãos de quem precisa deles pra viver e salvar vidas, no caso os profissionais de saúde, deveriam primeiro serem “apresentados, previamente” a um tal de Comitê de Enfrentamento e Combate à Covid-19 e, depois levados para a Central de Medicamentos do Estado (Cema). (veja ofício do governador abaixo).

Mas a centralizações de ações e a burocracia criada pelo governo em plena pandemia não para por ai. Wilson Lima determina que mesmo no caso das doações está “vedado o envio direto a quaisquer outros Entes ou Secretarias sem o atendimento desta condição de procedibilidade” ou seja, enquanto os profissionais de saúde ficam doentes e morrem por Covid-19 e, consequentemente, os hospitais ficam desfalcados desses profissionais para o atendimento à população, o governador e seu Comitê de Crise criam regras absurdas para gerar uma crise ainda maior.

Ainda segundo o documento, somente a Cema pode fazer a distribuição desses materiais para os órgãos do sistema de saúde pública.

Denúncia

Consequências dessa burocracia foram denunciadas pelo deputado estadual João Luiz (Republicanos) na sessão virtual da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quinta . Segundo o parlamentar, foi verificado, durante inspeção feita na sede da Cema, que o Ministério Público do Trabalho e o Ministério da Saúde fizeram doações de 11,4 mil EPIs e 30 mil testes rápidos ao Estado, mas, até o momento ainda, os itens não foram distribuídos para as unidades de saúde.

Entre os matérias encontrados pelo parlamentar que são de extrema necessidade dos profissionais de saúde do Amazonas estão mais de 1 milhão de propés, 26,9 mil máscaras, luvas, toucas, mais de 4 mil aventais, viseiras, álcool em gel, além de mais de 40 mil comprimidos de cloroquina.

Fonte: Radar Amazônico