Manaus

Cientistas revelam colapso no Amazonas com água a 38°C, peixe deteriorado e jacaré sem vida

Catástrofe ambiental ameaça a Amazônia: seca histórica coloca vida aquática em risco

Nos últimos meses, uma triste realidade tem se espalhado pelos arredores de Manaus, capital do Amazonas. Onde antes havia rios e lagos cheios de vida, agora há apenas lama e barro. A seca tem castigado a região, deixando um rastro de destruição e morte.

A junção dos rios Negro e Solimões-Amazonas, que antes era uma paisagem impressionante, com sua imensidão que lembrava um mar, agora é marcada por bancos de areia e um cenário desolador. Jacarés, botos, peixes de diferentes espécies e até mesmo tracajás podem ser encontrados em estado de decomposição, uma triste mostra dos impactos dessa seca.

No dia 10 de outubro, uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia visitou a cidade de Careiro Castanho para avaliar a situação. Eles constataram que lagos menores já estão completamente secos, afetando diretamente as comunidades ribeirinhas, que dependem dessas águas para seu dia a dia, incluindo o transporte e a educação das crianças.

A situação é grave. A temperatura da água em alguns pontos chega a ser superior a 38 ºC, bem acima da média de 28 ºC a 30 ºC. Além disso, os níveis de oxigênio estão muito baixos, apenas 0,5 mg de O2 por litro, próximo de zero. Esse cenário representa um perigo sem precedentes para os ecossistemas aquáticos amazônicos, podendo resultar na redução e até mesmo extinção de diversas espécies.

Os números são alarmantes. O rio Negro, que banha Manaus, perdeu mais de 20 cm por dia em setembro. Embora em outubro a vazão tenha diminuído para 13 cm, a seca ainda persiste e já é considerada a segunda maior da história. Na última segunda-feira, o rio atingiu seu nível mais baixo registrado, com apenas 13,59 metros.

A situação é tão preocupante que o rio já atingiu níveis esperados apenas para a estação seca, que vai até novembro. Isso indica que há grandes chances de quebrar um recorde nas próximas semanas. Está claro que a Amazônia está enfrentando um fenômeno climático extremo.

Essa região é conhecida por abrigar a maior bacia hidrográfica do mundo e por abrigar uma riqueza sem igual de vida aquática. Estima-se que cerca de 20% das espécies de peixes de água doce do planeta estejam presentes nesse ecossistema. Além disso, é lar de uma enorme diversidade de outros animais e plantas. A bacia amazônica é crucial para a manutenção do equilíbrio ecológico e sua destruição pode ter consequências drásticas para o meio ambiente.

É preciso agir urgentemente para enfrentar essa crise. A seca na Amazônia é um alerta de que a nossa forma de lidar com o meio ambiente está causando danos irreparáveis. Medidas de preservação e proteção dos rios e florestas são essenciais para garantir a sobrevivência desse ecossistema, além de políticas de combate às mudanças climáticas. O futuro da Amazônia e de toda a vida que dela depende está em jogo, e não podemos mais ignorar essa realidade.

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-ratier/2023/10/17/agua-a-38-oc-peixe-podre-e-jacare-morto-cientistas-mostram-colapso-no-am.htm